As vésperas do nosso direito obrigatório, exemplo máximo de democracia, como muitos outros cidadãos, ainda não escolhi meu(minha) candidato(a).
Já tracei metade do caminho: sei em quem não vou votar.
Acabei de fazer uma visitinha ao site da Folha Online (porque no site do TRE-RJ foi impossível achar algum link com a lista de nossos pretensos vereadores) e logo dou de cara com "1º Tenente". Já começou mal. Pra que votar num tenente, que ficará por 4 anos recebendo os tubos de meu suado imposto (outro exemplo obrigatório da democracia) enquanto a função da tenência ficará em falta? E o que é pior.. continuará recebendo seus soldos do meu imposto obrigatório. Da mesma forma, elimino da minha lista capitães, coronéis, bombeiros e funcionários públicos.
Logo após dou de cara com um "Abacadabra". Sei que precisamos de algumas mágicas para fazer do RJ nossa cidade verdadeiramente maravilhosa mas... Abacadabra (??). Um belo dia, estarei passeando por este mundão de meu Deus e alguém me pergunta: quem é o seu vereador? Com um nome desses, ficarei até acanhada em responder qualquer palavra mágica. Esse (ou essa, sei lá...) não vai carregar meu voto.
Seguindo a mesma lógica de raciocínio dada aos tenentes, descarto a sequência quase infinita de "Dr" e "Dra". É que esses candidatos assumem explicitamente que só vão cuidar de seus próprios interesses. Meu Rio precisa de mais, muito mais. Pra ser vereador não precisa ser dotô, basta um pouquinho de amor pela cidade.
Assombrada, descubro vários amigos que nunca me serviram um cafezinho sequer: "Amigo" seguido pelo nome do candidato, nome do candidato seguido por "O Amigo", candidato tal "É Amigo". Tem um que além de amigo é "Irmão" - ou vice-versa, não conheço mesmo...
Muitos candidatos tentar ser criativos, acrescentando a profissão no nome, numa descarada tentativa de conquistar os votos dos colegas. Estão na minha lista, junto com os "Drs" e "Dras": tem taxista, radialista, anti-multas (sabia nem que isso existia... coisas do RJ), cabeleireiro, despachante, enfermeira. Os que não possuem função definida apelam para o local de trabalho: "da Seabra", "da farmácia", "do açougue", "do salão", "do gás", "da Faferj", "do Engenhão" e de tudo que é lugar que você possa imaginar, até "da Central" (e são tão poucas as opções deste local)
A família nunca esteve tão unida, os avós entraram na moda: é "Xodó da Vovó" de um lado, "Zé da Vó" do outro. Os próprios "Vovô" e "Vovó" estão lá, só não sei de quem, provavelmente do "Pai dos Quadrigêmeos", que por sua vez, deve ser sobrinho de algum "Tio" ou "Tia" concorrente.
Como dizem que todo brasileiro é apaixonado por futebol, não podiam faltar os candidatos que, como Lula, acham que política é a mesma coisa que futebol. Tem o fulano "Vascão", o ciclano "Fogão" e o débil mental "Flamengo". O Fluminense ficou livre desse mico.
Tem os que se acham a solução de todos os males: "É Jóia", "Já É", fulana "Glória de Deus", "O Seu Querido", "100%", "Popular Baixinho". Sabe aquila piadinha que tem que adivinhar o que começa com C e tem um buraco no meio? Pois é, o "Cd" também é candidato. Esse nasceu pra ser metido!
Tem aqueles que mais parecem alcunhas de bandidos: Bigode, Filé, Kiko, Fininho, Kito, Totó, Tunico, Jerominho, Tuninho, Didigo, Bocão, Kikito, Serjão, Bom Malandro, Neguetão, Fogo Puro, o Abençoado, Kid, Furacão, Van-q-vem (desse jeito mesmo)... O que podemos esperar desses candidatos?
O pior de tudo: temos que decidir por algum candidato decente ou corremos o risco de ser defendidos por um "Gabiru" qualquer...
Valha-me, Deus!!
Livrai-nos destes males, amém, que-já-vão-tarde!!
Beijos assustados
Elida Kronig, a original!
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