De um lado, a Microsoft apoiando um projeto que autoriza os EUA a
retirar qualquer conteúdo ar. Do outro, a deusa das pesquisas, Srtª
Google brigando pela liberdade. E entre a vírgula e o ponto, mais
notícias sobre a privacidade (ou não) do Facebook.
Sou
contra fechar perfil porque bate de frente com o objetivo principal da
rede social. Fosse pra ter contato só com quem conhecemos pessoalmente
não haveria necessidade de rede social, tudo se resolveria com bons e
longos papos telefônicos ou na beira da praia. Os administradores das
redes conhecem bem a necessidade que o homem comum tem em se expressar e
interagir com outros, até com quem não conhece. No caso dos
brasileiros, carentes crônicos por atenção, a internet é um paraíso
quando se trata de obter dados de terceiros. Puríssima bobagem se
cercar, trancar, esconder. Inúmeras histórias mostram que de nada
adiantam os recursos de privacidade.
Sobre redes
sociais, tenho minha própria filosofia limitadora: "Participar de uma
rede social é como habitar uma casa sem paredes."
A
preservação dos dados pessoais é fundamental. Ninguém precisa saber com
quem ando ou quem estou, se minha cara é assim ou assado, se sou gorda
ou magra, alta ou baixa, loira ou morena, solteira ou viúva, se estudo
aqui, se trabalho ali, se cursei faculdade ou se parei no ensino
fundamental. Os que me conhecem têm acesso à minha vida e saberão minha
biografia e meu currículo. E os que não me conhecem não precisam saber
de tantos detalhes da minha vida - não tenho carência emocional nem
necessidade de me expôr. Estou mais pra anticarente, chego a ser
meio paranóica com Facebook e afins. Às vezes me distraio e confirmo
presença em eventos e logo depois fico preocupada porque estou
divulgando qual dia e em que horas estarei aonde. Evito de falar com
meus filhos e contatos amiúdes em murais de amigos que adoram postar o
que estão fazendo, com quem, aonde e como. Fico controlando a vontade de
passar um alerta privado aos adolescentes quando vejo eles postarem
fotos na porta da escola ou com os uniformes: não falou mas mostrou um
dado pessoal.
E a prática do facebook, em permitir que os membros sejam
adicionados a
grupos sem que a autorização tenha sido concedida? É até uma grosseria,
pura falta de educação; os membros devem ser consultados antes porque
essa prática fere a liberdade de escolha.
No geral, as
redes são muito 'produto de massa' pro meu gosto, próprias mais pro
povão e pros manipuláveis que não tem o que fazer ou não tem grana pra
aproveitar a programação cultural da cidade. CCBB, CCJF e BNDES são
repletos de bons programas gratuitos, ainda que de vez em quando apareça
alguma peça ou cantor de qualidades duvidáveis.
Não, a solução não é cercar. É aprender a lidar com as
redes e deixar pra colocar o papo em dia para o telefone e para o
encontro cara a cara. Fotos da turma, da viagem, das festas? Manda por
e-mail...
Bjs carinhosos
Elida
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