Fui pega com essa pergunta no seminário da cultura para a não-violência. De cara, somos tomados pela grandiosidade da resposta, pois não há algo a ser feito e sim, muito a ser realizado. Ato contínuo, lembramos dos inúmeros problemas enfrentados pela educação pública e dos casos de falta de educação que parecem arraigados na nossa sociedade, trazidos pela inversão de valores – a Lei de Gérson, por exemplo. A pergunta deixou-me com sensação de covardia porque não temos como apresentar em poucas palavras o mundo de soluções que gostaríamos. Lembrei da época de adolescente, quando levávamos saquinhos pra praia pra colocar o lixo. Num determinado ponto, alguém resolveu colocar garis nas praias e hoje já quase não se vê usuários levando seus saquinhos de lixo. Recentemente, ao puxar meu saquinho e começar a juntar o lixo que estava por perto da minha canga, ouvi da pessoa que me acompanhava para deixar pra lá porque isso era função da comlurb. Colocar comlurb nas praias foi uma opção pela medida paliativa sem resultados práticos nem a curto nem a longo prazo. O ideal não seria educar para que as pessoas descartem o lixo de forma correta?
A pergunta tratava-se de como usar a cultura como forma de educar e meus primeiros pensamentos não se adequavam corretamente na questão. O tema do seminário levou-me a perceber que, na verdade era para ser respondida como 'o que a cultura pode fazer para contribuir na educação para a não-violência?' Mais do que apontar erros, era preciso apresentar ideias a serem aplicadas em projetos culturais. Como muitos, também acredito na força modificadora da cultura e é na cultura que reside a maior e melhor parceira da educação. Cursos gratuitos e livres de música, dança, canto, pintura, desenho, criação literária, teatro e informática fora do ambiente escolar e sem a carga da obrigatoriedade - como recentemente fizeram com a música nos currículos escolares. O indivíduo deve ter liberdade para experimentar todas as áreas de criação para decidir qual seguir mais a fundo. A obrigatoriedade gera negatividade e a consequente má vontade com o arte-educador. Ainda que o aluno venha mais tarde a sentir prazer nas aulas, o percurso inicial já ficou prejudicado pelo peso da obrigatoriedade.
Pensei ainda nos milhões de ideias que perambulam pela minha cabeça e em outros milhões que tive a oportunidade de ouvir e conhecer. Uma pergunta tão simples, com tantos mundos que trazem em todas as respostas possíveis.
Deu pra encher linguiça? E você, o que faria pela educação? :)
Beijinhos carinhosos
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