Rio de Janeiro – Até o dia 15 de março, o cometa PanStarrs pode ser
visto no Brasil a olho nu por volta das 18h, como um ponto brilhante à
direita do Sol. O corpo celeste foi descoberto em 2011 em Haleakala, no
Havaí.
O pesquisador do Observatório Nacional Jorge Carvano explica que a
visualização do PanStarrs começou há alguns dias no Rio de Janeiro, mas
como ele está muito próximo do horizonte, só é possível vê-lo na hora do
pôr do Sol. Depois do dia 15, o cometa estará mais baixo e indo para o
Norte, portanto pode ficar mais visível na Região Nordeste.
De acordo com Carvano, é a única vez que o PanStarrs vai passar
perto da Terra, pois a órbita dele não se fecha como uma elipse.
“Geralmente os cometas têm órbitas elípticas, isso quer dizer que eles
dão voltas em torno do Sol, assim como os planetas. A diferença é que os
planetas têm órbitas quase circulares e a dos cometas tendem a ser mais
achatadas, mais alongadas. No caso do PanStarrs, a órbita é tão
alongada que não é mais uma elipse, ela vira uma hipérbole. Isso quer
dizer que ele não vai voltar novamente, ele vai embora, a menos que a
órbita dele mude depois. Com a interação com outros planetas, isso pode
acontecer”.
O pesquisador diz que os cometas são formações muito antigas do
universo e a passagem deles é uma oportunidade para estudar a composição
desse material. “Os cometas são objetos que se formaram perto de
planetas gigantes, durante a formação desses planetas. Por causa da
interação com esses planetas gigantes, eles foram jogados para muito
longe e ficaram a distâncias muito grandes do Sol. Eles representam
material que se formou junto com os planetas e estão preservados pelas
grandes distâncias e temperaturas muito baixas nesses bilhões de anos”.
Em novembro, mais um cometa poderá ser visto a olho nu, com
expectativa de ter o brilho da lua cheia. De acordo com o pesquisador do
Observatório Nacional, o Ison estará mais para o Norte, portanto, será
mais difícil de ser visto no Rio. Como a órbita dele também está
hiperbólica, será outra oportunidade única.
“É sempre difícil prever esse tipo de coisa com os cometas, mas este
é um cometa que nunca passou antes por aqui. Quando um cometa começa a
passar muitas vezes perto do Sol ele vai perdendo gelo. Como esse nunca
passou, então deve ser bastante volátil e ele vai passar muito perto do
Sol, quer dizer que ele vai se aquecer bastante, pode ser que nem
sobreviva. A gente não sabe como vai ser a passagem, mas dá para
imaginar que ele vai ser bastante visível”.
O Ison fará sua passagem mais próxima do Sol no dia 28 de novembro.
Um cometa é um corpo celeste que tem órbita elíptica em torno do
Sol, com núcleo composto por gelo, poeira, fragmentos de rocha e gases.
Quando se aproxima do Sol, o cometa exibe uma atmosfera, chamada de coma
e, muitas vezes, uma cauda na direção oposta ao Sol, causadas pela
radiação solar.
Edição: Fábio Massalli - Agência Brasil
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