Parece que hoje acordei com as macacas. Normalmente tenho uma reação de piedade e solidariedade com as tragédias e catástrofes que acontecem por aí. Nessas ocasiões, o primeiro pensamento que me vêm à cabeça são em relação a meus filhos. "e se meus filhos estivessem no meio dessa lista de mortos, desalojados ou desabrigados?". Logo depois, minha cabeça faz uma viagem, tentando me imaginar no meio desses acontecimentos. Devo estar vendo tragédias e catástrofes demais, porque tudo está me parecendo tão normal. Furacão aqui, tsunami ali, terremoto acolá, quedas de barreiras e enchentes por todo canto. A impressão que tenho é de que todos os dias tem um treco nos noticiários. Tenho que parar, pensar e colocar o equilíbrio em ordem, pois essas coisas, apesar de rotineiras, não são normais.
Da mesma forma que não é normal tirar uma vida, roubar, espancar torcedores dos times adversários, meter a porrada em alguém por causa da opção sexual, queimar índio pataxó, atirar crianças pela janela ou arrastá-las por vias públicas, Cláudia Lessin , Daniela Perez, Elizas, Mércias, Bouchabkis, Gabrielas, e outros tantas. E ainda somos obrigados a aturar Sarney, Lulinha, José Dirceu, Olavo Calheiros, Renan Calheiros, Paulo Maluf, Escândalos dos Bingos, das Ambulâncias, dos Correios, dos Anões, do Mensalão...
Abro o e-mail, pensando que vou esfriar a cabeça um pouquinho e deparo-me com mensagens com "como está a enshurrada aí no Rio?, outro dizendo que "estou com saldades dos seus e-mails". tem gente querendo saber "onde foram parar as peçoas onestas" , ou procurando apoio com um "poço contar comvocê"? (o comvocê chegou assim; ao menos o remetente lembrou do acento circunflexo). Esses são os usuários da maltratada Língua Portuguesa. Não é "de partir o corassão?"
Retorno às notícias e fico me perguntando onde foram parar os mendigos da região serrana? Ninguém "não tinha nada"; todos "perderam tudo". O prefeito de uma delas diz que será necessário pelo menos 510 milhões pra reconstruir a cidade. Caraca! reconstruir num local que já mostrou que não é seguro? Vão fazer o quê? Colocar algemas nas serras? Brasil é tão grande, tem tanto espaço bacana que receberia muito bem uma cidade simpática. Deve ser alguma síndrome de castelos de areia, aqueles que construímos na beira do mar sabendo que não estarão lá nos próximos minutos.
Resta-me a conclusão de que vivemos num mundo de castelos de areias..
Bjs carinhosos
Elida
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