Com um pouquinho de atraso, peço desculpas a todas e gostaria de prestar homenagens especiais às "pré-mulheres", aquelas que logo estarão terminando o ensino fundamental e prestes a enfrentar o mundo adulto. Essas tem muita batalha pela frente e merecem todo nosso carinho e atenção. Numa das homenagens que recebi veio uma frase de Marques de Maricá, reconhecendo o papel da mulher como a grande formadora de cidadãos conscientes e que, por isso, ela deve receber toda atenção para que se desenvolva em seu pleno sentido de ser. É a mãe, a namorada, a esposa, a tico-tico no fubá; criando filhos, incentivando os amigos, pegando na pá quando a situação pede. É, somos nós! :)
O "De ponta-cabeça" no título mereceria uma disponibilidade de tempo maior para desenvolver minha linha de raciocínio. Refere-se a inversão de tudo no mundo atual: inversão de valores, inversão de responsabilidades, inversão de sentidos. Estamos em plena era do "ponta-cabeça", onde tudo está aonde não deveria estar. Polícia vira bandido, médico vira assassino, prisioneiro ganha direito a pensão maior do que um salário mínimo, amigo mata amigo, igreja vira o inferno na terra. É choque de ordem de um lado e PNDH do outro. Tem horas que me pego fazendo a mesma pergunta que ouvia da minha avó: "Aonde vamos parar?"
Será que são muitos que, como eu, acreditam que estamos num mundo de ponta-cabeça? Temos (humanidade) jeito?
Nos trabalhos sócio-educativos das instituições vemos muitos resultados positivos mas a falta de um programa constante atuando nos mesmos locais e com as mesmas pessoas, não raro costuma colocar tudo ou quase tudo a perder. Não é pela falta de voluntários envolvidos e preocupados com a continuidade; é pela carência de profissionais habilitados e conscientes. Voluntário é a andorinha que carrega gotas de água para apagar um incêndio. Assim como a andorinha, temos plena consciência de que estamos fazendo a nossa parte. Para quem não conhece, segue a lenda:
Um incêndio devastador que se abatera sobre a floresta. Enquanto as labaredas transformavam tudo em cinzas, os animais corriam na tentativa de salvar a própria pele. Dentre os muitos animais, havia uma pequena andorinha que resolveu fazer algo para conter o fogo. Sobrevoou o local e descobriu, não muito longe, um grande lago. Sem demora, começou a empreitada para salvar a floresta. Agindo rápido, voou até o lago, mergulhou as penas na água e sobrevoou a floresta em chamas, sacudindo-se para que as gotas caíssem, repetindo o gesto inúmeras vezes.
Embora não tivesse tempo para conversa fiada, percebeu que uma hiena a olhava e debochava da sua atitude. Deteve-se um instante para descansar as asas, quando a hiena se aproximou e falou com cinismo:
- Você é muito tola mesmo, pequena ave! Acha que vai deter o fogo com essas minúsculas gotas de água que lança sobre as chamas? Isso não produzirá efeito algum, a não ser o seu esgotamento.
A andorinha, que realmente desejava fazer algo positivo, respondeu:
- Eu sei que não conseguirei apagar o fogo sozinha, mas estou fazendo tudo o que está ao meu alcance. E, se cada um de nós, moradores da floresta, fizesse uma pequena parte, em breve conseguiríamos apagar as labaredas que a consomem.
A hiena, no entanto, fingiu que não entendeu, afastou-se do fogo que já estava bem próximo, e continuou rindo da andorinha.
Beijinhos carinhosos
Orgulhosa andorinha Elida Kronig :)